Devaneios
Depositei meus tristes olhos
Nos degraus de sua porta
Minha alma é mesmo assim
Às vezes viva, às vezes morta
Entreguei meus lindos sonhos
Aos desejos do acaso
O amor é sempre assim
Ora é profundo, ora tão raso
Contemplei a imensidão
Com olhar de um menestrel
O coração no peito hesita
A garganta é puro fel
O que vejo não me espanta
O que rola em teu rosto
Corpo quente, fria alma
É alegria ou desgosto
O amor é tão sublime
Morre e brota a cada instante
É levado pelo vento
Um eterno viajante
Folhas mortas buscam o chão
Anunciam o outono
Minha mente em devaneio
Não mais dorme, perde o sono
Recolhi meus tristes sonhos
Do portal de sua vida
Minha alma é mesmo assim
Sonhadora e combalida.
João Bosco de Almeida Wiermann