segunda-feira, 12 de março de 2012

SONETO DEDICADO A DINAMENE

Alma minha gentil que partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
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Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
-
E se vires que pode merecer-te
Alguma coisa a dor que me ficou
Da mágua, sem remédio, de perder-te.
-
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

(Dinamene foi uma asiática a quem Camões amou e que morreu num naufrágio)
Lindo poema de amor...

Abs,

Amaury