quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Ainda sobre Cultura, Ética e Cidadania

A proposta destes textos não é a de definir, posto que definir é limitar; mas antes, queremos é incitar, provocar, estimular a hesitação, a dúvida, posto que “a dúvida é o princípio da sabedoria”, como nos dizia Aristóteles;  portanto, questionemos! “Quem segue sempre se perde.” (Kroon).
Sem a menor pretensão de querer completar ou rebuscar estes textos, apenas ilustro com o pensamento de algumas personalidades, sobre o que foi dito neste espaço:

Ética:

“Se a ética não governar a razão, a razão desprezará a ética”.
                                                                                             José Saramago

Cidadania:

“A cidadania não é atitude passiva, mas ação permanente, em favor da comunidade”.
                                                                                                                   Tancredo Neves

Cultura:

“A cultura não lida apenas com as artes e universidades, mas com todos os valores da sociedade humana, que em um governo democrático incumbe respeitar e vitalizar”.
                                                                                                               Jorge Cunha Lima


 Abs,

Amaury

Sobre Cidadania

Neste fim de semana, um fato chamou minha atenção e não pude deixar de refletir sobre a conhecida frase: “ Seu direito termina, onde começa o meu”
Num domingo daqueles em que a gente planeja não fazer nada, jogar as pernas para o alto, assistir a um bom filme, ou até mesmo não desgrudar  do controle-remoto siguezagueando por todos os canais de TV possíveis, sem compromisso algum, simplesmente foi atormentado o dia todo por uma musica, ou músicas que passavam longe de meu estilo musical, e insistiam em nunca terminar, e o pior, o controle do volume me dava a impressão que emperrou no máximo e se recusava a diminuir.
Meu martírio começou por volta das 10:00 da madrugada ( isso mesmo: madrugada) e ás 20:00 a música não perdia fôlego. Resultado disso é que lá se foi meu domingo de preguiça, descanso, filmes, leitura, ou qualquer coisa que o valha.
Ora, o cidadão tem todo o direito de ouvir a musica de sua preferência, como eu tenho todo o direito de assistir minha TV no sossego de meu quarto.
 Partindo do pressuposto que a frase nos remete a  ideia separatista, ou seja, você tem o seu direito e eu tenho o meu, deveríamos buscar é a melhor forma de convivência , entendendo assim  como correta a “ coexistência de direitos”
O cidadão ouve a música de seu gosto e eu assisto a um filme, leio o livro de minha preferência sem contudo ser importunado de forma tão acachapante.
Cidadania meus caros impõe direitos e deveres a todo cidadão que vive em sociedade, e se queremos exercer nossos direitos políticos, civis e sociais na mais clássica definição de Cidadania,  isso nos impõe em contrapartida “ Deveres”!  Pois o segundo é conseqüência natural do primeiro. Se assim agirmos, estaremos praticando CIDADANIA.

                                                                        João Bosco de Almeida Wiermann

Sobre Ética

Não existe povo ou lugar que não tenha noções de bem e mal, de certo e errado. Da Grécia Antiga aos nossos dias, a ética é um conceito que sempre esteve presente em todas as sociedades. Mas apesar disso, as dúvidas são muitas. Seria a ética apenas um conjunto de convenções sociais? Teria ela um princípio supremo que atravessa toda a história da humanidade? E numa sociedade capitalista, qual a relação entre ética e lucro?

O nosso existir é marcado por diversas transformações, somos moldados de acordo com a sociedade na qual estamos inseridos, de acordo com nossa cultura, nossa história de vida e de acordo com as pessoas com que nos deparamos em nosso viver, ou seja, são vários os “outros” que nos permeiam. Conseqüentemente, como nos diz Sartre “O outro é que me salva e que me mata”. É no encontro com o “outro” que o ser se constitui, entretanto, se faz necessário compreender a maneira que afetamos e somos afetados nessa relação com o “outro”. Que bom seria se nessa relação que mantemos com o “outro” o tempo todo usássemos os conceitos da ética e dos bons costumes.

 Em nossa sociedade contemporânea ocidental, não tem como negar a grande influência capitalista, apoiada pela mídia que, aproveita a falta inerente a todos os indivíduos e os orienta a buscar exacerbadamente produtos, corpos esculturais, serviços, bens de consumo ou relações amorosas como modo de preencher o vazio existencial. Diante das incertezas, o homem pós-moderno parte em busca da satisfação de seus desejos e poderá se deixar levar pelas fantasias e ilusões e se deparar em algum momento de sua vida numa postura narcisista e criar na sua mente um mundo idealizado, onde tudo é belo, colorido e perfeito, ou seja, cria um estado de entorpecimento, torpor.

Através da maneira em que nos posicionamos diante dos “outros”, de nosso jeito de “ver” o mundo em conformidade com nossos desejos, vontades e mudança de atitudes, a saber, consciente que temos liberdade de escolha é que poderemos mudar o rumo de nossas vidas. Mesmo atentos ao fato de que a angústia, a falta e o vazio provavelmente sempre estarão presentes.

A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos. Então, o compromisso com o ser humano é de cada um. Jogar a responsabilidade no “outro” pode ser uma maneira fácil que encontramos para não assumir-mos nossos deveres. O vazio e a falta, sempre estarão presentes no existir humano e tem o seu lado positivo, nos impulsionam em busca de novas formas de viver. Só precisamos estar atentos ao que buscamos, temos liberdade de escolha. Portanto, que saibamos escolher com responsabilidade e que não nos esqueçamos que somos seres humanos, passíveis de erros e acertos, dotados de sentimentos, particularidades e histórias de vida. Que sejamos éticos em nosso existir! Que não banalizemos os valores do bem, pois, se cada um fizer a sua parte nossa sociedade agradecerá!

                                                                                       Marcelo Aganetti Pessoa

Sobre Cultura

Muitos são os aspectos que diferenciam os homens dos animais. Somos possuidores de inúmeras peculiaridades que nos distinguem de todas as outras formas de vida do planeta.
Uma dessas particularidades, fundamentalmente humana, é o reflexo de agirmos racionalmente sobre nosso meio ambiente, a fim de desenvolvermos potencialidades criativas que propiciem um traço que nos identifique perante nossa comunidade.
Este traço tão precioso é a Cultura, que ao cristalizar-se em história, valores e símbolos que compartilhamos em nossa sociedade, atribui significado e sentido para nossa existência humana.
É a partir da experiência cultural vivenciada por nós, que criamos novos valores e tomamos consciência de que é preciso tutelar valores pretéritos, para que num interminável movimento dialético, transformemos a realidade de nosso meio ambiente e ao mesmo tempo, nós mesmos.


    .’.Pedro Henrique Faria Rodrigues .’.